Quiosque Tivoli

A Loja

A passagem pelo Quiosque Tivoli, seja para jogar ou para comprar tabaco, faz parte do ritual quotidiano de muitos que vivem ou trabalham na Baixa. Superstição ou não, há quem só venha aliciar a sorte nesta casa cuja longevidade lhe emprestem talvez uma aura... fadada pelo destino? Nisto da sorte não há nada muito lógico. Vem-se à procura da Grande Sorte, do Jackpot, e sai-se com um atendimento atento e uma interacção amiga. Uma adrenalina pequena de “ah, esteve quase! Só faltava um número!” que alegra os dias.
Raspadinha, Lotaria, Joker, Totoloto, Euromilhões... o que não falta aqui são formas de tentar o destino, ou ser tentado por ele. Neste lugar, o jogo é coisa séria: há clientes com números reservados há mais de sessenta anos. Dá-se o caso de alguns números já terem passado de geração em geração, e alguns irem mesmo já na terceira geração: a matemática do tempo garante que algum hepta ou octaneto irá ter prémio! Oxalá ainda existam lotarias nessa altura...

Ainda assim, e enquanto o número mais afortunado não chega e não lhe sai o euromilhões – para a próxima, é sempre para a próxima...! – atente nas paredes revestidas por painéis de madeira e espelhos. Vale a pena olhar para cima: o tecto tem decorações em relevado; e para baixo: o pavimento padronado em pedra de duas tonalidades. A loja e o escritório contíguo só se interrompem pela divisória de madeira, na mesma linha do balcão. Sobre o vidro pintado a folha de ouro e cores, revela-se um pouco da história da loja: "Quiosque Tivoli fundado em 1935. Sempre prémios grandes" e das suas promessas. A bandeira atrás do balcão remete para um outro quiosque homónimo, na Avenida da Liberdade, que é ainda mais antigo que este. Este, o da Rua da Prata, faz parte família de quiosques geridas pela mesma empresa: três casas de jogo em Lisboa e uma no Porto. Sem dúvida o lugar ideal caso se queira tornar milionário.