Restaurante

Leão d’Ouro

Leão d’Ouro

Contactos

Telefone:

(+351) 21 342 6195

Ligações:

WebsiteWebsite

Morada:

Rua 1º Dezembro 103-107
1200-358 Lisboa

Ver mapa

Horários:

Todos os dias

12:00 – 23:00

A Loja

O Restaurante Leão D’Ouro já foi muitas coisas diferentes, entre várias reviravoltas de ordem comercial, política e social. Estas peripécias encadeiam-se com uma sucessão de cervejarias e respectivas gerências, num século XIX que os documentos já se esquecem de precisar. Tudo começou noutro lado da cidade, na Rua de Arroyos com “y”, onde três empregados da fábrica de cerveja Jansen se juntaram para começar uma aventura própria, a cerveja Leão. A aventura não lhes correu particularmente bem, nem durou mais que uns anos, só o suficiente para a marca começar a ser vendida na Cervejaria Varella, junto à estação do Rossio. O Leão chega a casa, portanto.


Os três sócios aventureiros – António Monteiro, José Varela e Jacinto Franco – depois de terem vendido a Fábrica de Cerveja em Arroyos, decidem comprar a Varella ao seu dono anterior, um galego. Baptizam-na e assim nasce a “Cervejaria Leão”, que ainda achou por bem chamar-se “Leão Triste” por uns tempos, até começar a brilhar o sol e ter percebido, finalmente: “Leão D’Ouro”. Posta tanta reviravolta, há que mencionar que ainda só chegamos a 1885...
É neste tempo, justamente, que aqui que se reúne um grupo de artistas que vieram a ficar conhecidos como “O Grupo do Leão”. Reuniam-se no que é hoje a sala do buffet, e não onde encontramos uma cópia da célebre tela que os imortalizou. Neste caso, uma reprodução. O original pode ser apreciado ao topo da colina, no Museu do Chiado. É o óleo sobre tela de Columbano Bordalo Pinheiro, em que estão representados à mesa alguns elementos do grupo, como Silva Porto, José Malhoa e os próprios irmãos Bordalo Pinheiro, Rafael e Columbano. O pintor é quem está de pé, de cartola à direita da composição, e o seu irmão Rafael é quem está sentado imediatamente à sua frente, de chapéu. Ao lado direito de Columbano está um dos proprietários da altura, António Monteiro. Esta pintura teve uma história acidentada no mercado da arte, quando diferentes gerências a partir de 1937 tentaram vender o espólio do restaurante.


Com o fim do grupo o já referido proprietário teve de procurar expedientes para manter o renome que os artistas davam ao lugar, e é então que se dá a primeira ampliação do espaço. Em 1905 abriu uma segunda sala, objecto mais tarde (1944) da intervenção actualmente visível: a azulejaria, os candeeiros em ferro forjado (que foram retirados posteriormente e recuperados pelo actual proprietário, que os guarda no armazém do restaurante), a fachada actual, tudo parte de um projecto do arquitecto Vasco Regaleira. Os painéis de azulejo que atribuem ao espaço este seu perfil ímpar são produção da Fábrica de Sant’Anna. É neste espaço que, ao fundo, elevado, encontramos a estátua do leão em torno da qual tudo isto se organiza. Graças a um "Diario de Lisbôa" de 1963 sabemos que nem sempre ali esteve:
“O leão dourado, signo heráldico do estabelecimento, obra do entalhador Leandro Braga, que impava outrora sobre o balcão histórico, firmando orgulhosamente as presas num escudo com monograma, foi empoleirado, já sem escudo, numa peanha, ao alto da parede. E é o que resta dos velhos pergaminhos do típico restaurante lisboeta.”
Actualmente, o Leão d’Ouro é uma triangulação de restaurantes com ofertas e atmosferas muito distintas: o restaurante propriamente dito sobre o qual nos alongamos, o espaço do buffet, e a taverna. Quando abrimos este texto afirmando que o Leão d’Ouro já foi muita coisa, é mesmo muita coisa ao que nos referimos. Há referência a uma pizzaria, que ali esteve nos anos 80, e que felizmente se limitou a cobrir os painéis de azulejo, em lugar da peregrina ideia de os destruir. Muito antes disso, em 1948, houve um acidente na Espingardaria Central, outra Loja Com História a poucos metros desta. Uma explosão resultado da manipulação de pólvoras. A Espingardaria, com o seu arsenal de armas e instrumentos de caça, teve instalações provisórias, justamente, no Leão d’Ouro. Como estas há várias histórias, cada gerência lhe imprimiu um cunho, cada geração de clientes o transformou noutra coisa. O Restaurante é hoje sobretudo o lugar onde ir encontrar cozinha tradicional portuguesa assente nos ingredientes mais frescos, com pratos que nos são familiares e cujo factor de distinção passa pela confecção. O forte é o peixe fresco, sobretudo o polvo à lagareiro, mas também o bacalhau. Há noites com fado ao vivo e é possível fazer reservas para grupos.

Leão d’Ouro
Leão d’Ouro

Produtos
& Serviços

Restaurante.

Partilhar esta Loja com História:

Explorar Explorar