A Loja
Antes de se deixar levar pelo sem-fim de objectos e imagens e gravuras e molduras e tudo o que sequestra o olhar nesta loja, comece por olhar para o chão. Sim, para o chão. Para a pedra, onde ainda são visíveis as marcas dos cascos de vaca. Pegadas de uma Lisboa desaparecida, em que as pessoas vinham com o seu recipiente próprio buscar leite directamente à vaca. Com o tempo, desaparecem as vacas e nutrem-se outras formas de apetite – a fome de beleza também é um tipo de fome. Em 1909 já se serve a arte e as manualidades, e nos anos 20 funciona aqui a tipografia que edita “O Jornal da Mulher”, uma publicação única no seu género, distribuída pela cidade numa carroça. Também havia então fome de emancipação – e ainda há...
Sobrevive a tudo isto a simpatia e o entusiasmo de José Dominguez, que chama à sua loja um “museu vivo”, e nos fala longamente dela enquanto tal. Esta expressão relaciona-se com a panóplia de objectos que ali estão pela riqueza do espólio, produtos de antigamente; mas também pela maioria das pinturas em exposição que, não obstante poderem ser compradas, são uma forma de promover e dar a ver o talento de alguns clientes da loja.
Entre histórias e memórias, é possível encomendar uma moldura, comprar lacre e sinetes, cartas timbradas, tintas para carimbo, tintas de escrever, todo o tipo de artigos para pintura e para desenho, mas também para o escritório e para a escola; papéis químicos, antigas sebentas e cadernos diários.
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Produtos
& Serviços
Papelaria, artigos de pintura, brindes, emolduramento.