A Loja
Foi na Rua do Loreto que Élie Benard primeiro fundou, em 1868, uma patisserie com o seu nome. O termo “pastelaria” só iria ser utilizado a partir de 1926, quando os dísticos das fachadas em idiomas estrangeiros foram sujeitos a um pagamento à Câmara – de 500 reis! – tal não era a febre de letreiros em francês, no Chiado, e ingleses, ao Cais do Sodré. A morada actual é tomada apenas em 1902, ainda nem sequer havia por vizinha A Brasileira, que só abre portas três anos depois.
Nos anos 40, a pastelaria passa para Manuel José de Carvalho. É sobre a sua gerência que têm lugar eventos memoráveis, como o jantar para e com a Rainha Isabel II durante a sua visita a Portugal.
Nos anos 80, Maria Augusta Montes – mãe da actual proprietária – compra o estabelecimento, num momento particularmente frágil da biografia da loja. Foi então sujeita a remodelações importantes, e reabre em 1983 com nova composição interior e nova atmosfera. A nova remodelação procurou fazer melhor uso dos espaços de uma confeitaria que ali existiu anteriormente, e que se chamava "A Gratidão". Das suas enormes cozinhas nasceram os actuais salões, a madeira passou a ser o material preponderante, e uma nova sala de refeições, a do fundo, foi inaugurada. É nela que hoje se pode desfrutar de um almoço ou jantar com receitas da cozinha portuguesa, bem como saladas, quiches e refeições mais leves.
A confecção que torna a casa mais famosa é, de longe, a dos croissants. São famosos os croissants da Benard, simples ou com chocolate, doce de ovos ou morango, idealmente quentinhos, acabados de fazer. Apesar da sua fama, e curiosamente, são os pastéis de nata os campeões de venda, porventura pela intensidade do turismo que se faz sentir nesta artéria da cidade. De qualquer forma, a oferta é variada, e qualquer que seja o bolo ou o salgado, a garantia é de confecção própria, na cave.
E a acompanhar o chá, para temperar a gulodice, no salão do fundo ou ao balcão, ou ainda na esplanada a ver Lisboa passear-se pela Rua Garrett, fique na companhia do poema de António Lobo Antunes, musicado por Vitorino:
“Ai, felicidade perdida!
Porque a mágoa não tem fundo.
O cão ladra contra a vida,
nós ladramos contra o mundo.
"Valsa das Viúvas da Pastelaria Benard (homenagem a A. O’Neill")
Do disco "Eu Que Me Comovo Por Tudo e Por Nada"
(1992) Vitorino
Produtos
& Serviços
Pastelaria de fabrico próprio; restaurante.