A Loja
Situada junto a uma outra Loja Com História, a Luvaria Ulisses, é improvável que esta sucessão de fachadas passe despercebida. São duas entradas de uma beleza incomum. A ourivesaria que ali existiu antes foi uma das primeiras casas a encontrar morada neste lado da muralha do Carmo, onde o comércio tardou a chegar. Alfredo Pinto da Cunha, ourives do Porto, adquire a Joalharia do Carmo a Raul Pereira na segunda metade da década de 1920, que permanece desde então na mesma família. Em 1925, o arquiteto Norte Júnior assinou o desenho da icónica fachada Arte Nova, que se mantém inalterada. Aí, em destaque, está a marca distintiva da loja: o escudo de Portugal, sem o rebordo e com os sete castelos, composto sobre uma cruz de Cristo e inserido num coração. De início o negócio girava em torno da prata decorativa e das jóias – colares, brincos, anéis e alfinetes com safiras, rubis e brilhantes.
Hoje é a filigrana tradicional portuguesa a principal protagonista. Alfredo Sampaio, actual responsável, faz questão de oferecer quase exclusivamente artigos portugueses. O espaço interior, não obstante algumas remodelações, não perdeu o desenho original, e o mobiliário ainda é o mesmo dos primeiros dias. Ainda estão presentes os expositores e as portas em mogno escuro, a espaçosa mesa central de tampo em mármore, as credências com espelhos, os lustres em cristal Baccarat e as escadas de caracol. As peças de ourivesaria expostas na loja são feitas artesanalmente (as de ouro e platina em Lisboa, e as de prata no Norte) e desenhadas pelo proprietário. De António Lima, autor dos desenhos expostos, também se encontra peças assinadas. Como todas as peças são únicas e diferentes, não faz sentido falar de um produto identitário. No entanto, existe a marca Joalharia do Carmo Lda., que está registada e é aplicada a todas as criações originais.


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Artigos de joalharia e ourivesaria.